A cidade de Goiânia recebeu nesse feriado de Corpus Christi, cerca de 115 artistas espíritas de 17 unidades da Federação, além de dois representantes da Bolívia e do Canadá, por ocasião do 14º Fórum Nacional de Arte Espírita, promovido pela Abrarte em parceria com a Federação Espírita do Estado de Goiás. Trabalhadores espíritas ligados a música, teatro, dança, literatura, audiovisual, evangelização, entre outros, provenientes de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará, Amapá e Tocantins, encontraram-se no Instituto Educacional Emmanuel, numa jornada de integração, debates, oficinas, palestras e apresentações artísticas. A Assessoria de Arte da Federação Espírita do Rio Grande do Sul esteve representada no evento pelas assessoras de arte Márcia Albuquerque e Fernanda Kavaliunas. Do Rio Grande do Sul também participaram Glademir de Paula Escobar da UME Itaqui, multiplicador da Arte no CRE 7 e Zuza Sperotto da UME Camaquã. A programação do evento contemplou ainda o Forunzinho, que reuniu crianças filhas de participantes e trabalhadores. Somando-se os membros da comissão organizadora local, o evento contou com quase 200 participantes.

Participantes da Região Sul
A primeira atividade do Fórum, realizada na tarde de quinta-feira (15 de junho), antes da abertura oficial, foi uma dinâmica de integração, em que os participantes, reunidos em pequenos grupos, deveriam montar uma breve apresentação artística com um subtema do encontro, utilizando determinada linguagem artística específica. Em seguida, foram apresentadas as caravanas dos Estados presentes ao encontro.
Após o intervalo para o jantar, já à noite, todos os forenses foram levados até o Teatro da PUC, no Jardim Goiás, para assistirem à solenidade de abertura do evento, que contou com a presença do presidente da Federação Espírita do Estado do Goiás, Paulo César Ferreira. Vários artistas e grupos espíritas de Goiânia, Brasília e Rio de Janeiro reuniram-se no palco para o show Abra a Arte em seu Coração. O público presente também pôde assistir, nesta noite, à entrega da Moção de Reconhecimento ao escritor e dramaturgo Nazareno Tourinho, de Belém do Pará.
Seminários de linguagens artísticas
Todo o dia de sexta-feira (16) foi destinado ao debate de inúmeras possibilidades artísticas para a difusão e vivência do Espiritismo. Por intermédio de 21 seminários, trabalhadores espíritas de vários Estados brasileiros expressaram suas experiências específicas desenvolvidas no campo da arte.
Pela manhã, Marcelo Albuquerque (GO) traçou a história e trajetória do Grupo Arte Nascente (GAN), não restrita aos shows artísticos, mas principalmente às campanhas de valorização da vida. Júlio Nunes (SP) destacou a importância do estudo da arte para o fazer teatral espírita. Gláucio Cardoso (RJ) trabalhou as bases kardequianas para o estudo da poesia espírita. Marcelo Manga (RJ) ressaltou a importância da qualidade na criação artística. Sílvio Sodré (DF) abordou sobre o projeto Cantando a Doutrina, destacando os benefícios da implantação de eventos regulares de arte espírita. E Andrei Renato Borges (GO) propôs a possibilidade do diálogo entre cinema e Espiritismo.
Ainda no período matutino, após pequeno intervalo para o lanche, nova rodada de seminários deu continuidade aos relatos de ricas experiências. Maurício Keller (GO) trouxe reflexões sobre o processo de iluminação do ser através da música. Edmundo Cezar (PR) fez abordagens sobre ensaios e apresentações sob o olhar espírita. Adriana Pimentel e Marcelo Manga (RJ) propuseram interessantes contribuições sobre a arte na gestação e na infância. Carla Resende (GO) falou sobre os desafios na produção e distribuição de músicas espíritas. E João Batista Paiva (MS) enumerou as possibilidades de criação de um Sarau Espírita Itinerante com conteúdo doutrinário e qualidade técnica.
Após o almoço, os forenses retornaram ao plenário, para pequena exposição do homenageado Nazareno Tourinho, e em seguida foram divididos novamente em diferentes salas, para outra sequência de seminários. Sterleide Cassimiro e Bibiana de Brito (GO) discorreram sobre processos de arte cura, numa experiência de atividade mediúnica com arte. Aldo Moletevicz (PR) relatou a experiência do grupo Razão Áurea com palestras artístico-musicais, numa proposta de adequação da linguagem ao conteúdo doutrinário. Fátima Ricardi (SP) mostrou a experiência da Cia. Paluarte com o teatro espírita com crianças. Valdemagno Torres (PE) desenvolveu noções de harmonia, contraponto e fraseologia musical e seu uso no meio espírita. E Edmundo Cezar (PR) comentou sobre a arte na obra de André Luiz.
Por fim, após novo intervalo para o lanche, o último conjunto de seminários: Denize de Lucena (PR) refletiu sobre a dança na formação e regeneração da humanidade. Rogério Silva, Gabriel Nunes e Vivian Françosi (SC) apresentaram a experiência do Núcleo Espírita de Artes com as palestras cênico-musicais. Marcus Gouveia (GO) trouxe os desafios e reflexões sobre teatro espírita com o grupo Zapt Arteatral. Marcelo Manga (RJ) tratou de produção musical. E Cleiton Freitas (DF) abordou sobre oaudiovisual a serviço do Espiritismo.
À noite, após o jantar, outro momento de apresentações reuniu diversos artistas locais e também de outros Estados, evidenciando a diversidade e riqueza do trabalho desenvolvido no país.
Comemorando os 10 anos da Abrarte
O sábado pela manhã reservou várias atividades simultâneas. Enquanto os associados da Abrarte reuniram-se na assembleia geral, oportunidade em que elegeram a nova diretoria e conselhos doutrinário e fiscal, os não associados tiveram à disposição quatro oficinas voltadas à capacitação e à aplicação da arte na casa espírita: Orquestra de violões, ministrada por Alline Tannús; Construção artística de marcador de página, por Maria Eugênia Lemes; Danças urbanas, por Bia Santos; Sensibilidade em papel machê, com Cláudia Ganzarolli.
Depois do almoço, em plenário, Marcelo Albuquerque (GO) desenvolveu palestra sobre o tema do evento: Artistas espíritas: amai-vos e instruí-vos. Profundas e oportunas reflexões sobre nossas posturas frente ao trabalho artístico que desenvolvemos em nossos grupos e instituições espíritas.
Na sequência, os participantes do Fórum entraram num clima festivo para comemorar o décimo aniversário da Abrarte, ocorrido no último dia 8 de junho. A festa começou com a apresentação de divertida peça teatral em que dois personagens reais – os associados Humberto Borges (ES) e João Mendonça (DF) –, porém idosos, como se estivessem no ano de 2057, relembraram passagens importantes da primeira década de existência da Abrarte. Assim, momentos de todos os fóruns organizados a partir da fundação da Associação foram resgatados, sob a forma de canção, poesia ou encenação, trazendo boas lembranças e emoções ao público, em especial, àqueles que vivenciaram esses momentos tão marcantes da instituição.
Depois da peça, um vídeo também trouxe fotos e gravações de antigos encontros, desde o 1º Fórum de Florianópolis, em 2004, até os dias atuais. Novas emoções e lágrimas espalharam-se pelo auditório. O encerramento desse momento festivo foi no pátio da escola, com o tradicional Parabéns pra você e o corte do bolo de aniversário, para brindar os 10 anos da Associação.
O Fórum encerrou no sábado à noite, novamente com apresentações reunindo diversos artistas espíritas do país. O cerimonial contemplou também a transmissão da cidade sede, de Goiânia para Curitiba, e o anúncio das cidades de Teresina e Brasília como sedes do Fórum 2019 e do Enarte 2020, respectivamente.
Para finalizar definitivamente o evento, o grande Coral Abrarte, formado por cantores de diversas partes do país, encantou e emocionou a todos com a execução de três músicas: Aos pés do monte (Tim Santos e Gladston Lage), Abra a Arte (Maurício Keller e Paulo Rowlands) e Quando penso em Jesus (Willi de Barros).
ASSEMBLEIA GERAL
Eleita a nova administração da Abrarte
Durante a assembleia geral de associados realizada no último sábado, dia 17, dentro da programação do Fórum, foram eleitos os novos membros da Diretoria e dos Conselhos Doutrinário e Fiscal da Abrarte.
Com relação à Diretoria, que teve a inscrição de apenas uma chapa, foram eleitos os seguintes associados:
Presidente: Edmundo Cézar Barbosa Santos (Curitiba/PR);
Vice-presidente: Edna Daniela de Paula (Franca/SP);
1ª Secretária: Evelissa Mendes de Melo (Natal/RN);
2ª Secretária: Denize Moura Dias de Lucena (Curitiba/PR)
1º Tesoureiro: Júlio Cesar dos Santos Nunes (São Paulo/SP);
2ª Tesoureira: Sílvia Schober Gonçalves (Campinas/SP).
Já o Conselho Doutrinário é composto agora por:
Alline Maria Portela da Silva (Teresina/PI);
Claiton de Freitas Miranda (Brasília/DF);
Eneida Gomes Nalini de Oliveira (Franca/SP);
Gláucio Varella Cardoso (Mesquita/RJ);
Marcelo de Aquino Martins (Natal/RN).
Suplentes:
Marcia Chaves de Albuquerque (Camaquã/RS);
Humberto Borges da Costa (Vitória/ES).
Por fim, o Conselho Fiscal ficou com a seguinte composição:
Aparecida Ângela da Silva (Itanhaém/SP);
João Batista Paiva (Campo Grande/MS);
Renata Almeida Figueira (Belém/PA).
Suplentes:
Wender Veloso da Silva (Goiânia/GO);
Maurício Keller Tamioso (Goiânia/GO);
Valdemagno Silva Torres (Recife/PE).
RECONHECIMENTO
Nazareno Tourinho é homenageado
O escritor paraense Nazareno Tourinho recebeu, no dia 15 de junho, durante o Fórum de Goiânia, uma Moção de Reconhecimento da Abrarte pelos relevantes serviços prestados à arte espírita. Dramaturgo, autor de várias peças, entre elas, A Estranha Loucura de Lorena Martinez e Uma Caprichosa Manifestação de Espíritos, já recebeu inúmeras premiações em concursos de peças teatrais. Como escritor espírita, publicou 14 obras, entre as quais A Dramaturgia Espírita, editada pela Federação Espírita Brasileira. É membro da Academia Paraense de Letras, onde ocupa a cadeira nº 2 desde do ano de 1969. Também foi agraciado com vários diplomas e medalhas concedidos por órgãos públicos de Belém e do Estado do Pará. Um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas e seu primeiro diretor para a região Norte. Fundou e orienta, em Belém, a Casa Espírita de Allan Kardec.
Fonte: Notícias da Abrarte nº 597